Pare por um instante e reflita: dos produtos com que lidamos em nosso dia-a-dia, de quantos temos conhecimento exato acerca de sua devida procedência? De onde vêm, por onde passam, como são produzidos, como são transportados e como são armazenados. Estes são fatores que muitas vezes passam despercebidos por todos nós: aprendemos a confiar, mesmo muitas vezes às cegas. Aparentemente, se estão bem embalados, não temos como saber se há algo errado até abrir ou experimentar – o que pode ser perigoso. Este desconhecimento por parte da origem do que consumimos pode ocultar grandes problemas.
A rastreabilidade de medicamentos e demais produtos consiste em um meio para manter um registro histórico. Bem como, tornar possível a consulta quanto a origem e toda a cadeia de suprimentos por qual passou o referido produto.
Isto auxilia na solução de problemas como falsificação, equívocos com a troca de lotes, aplicação equivocada de medicamentos, reduzindo custos e gerando assim maior confiança aos fornecedores, marcas e instituições.
Entretanto, apenas saber de onde veio e por onde passou um produto ou medicamento, é garantia de que ele esteja em boas condições para consumo ou aplicação?
Apesar de resolver muitas questões e de auxiliar na solução de boa parte dos problemas, a rastreabilidade de medicamentos que inclua apenas informações de lotes, validades e deslocamento é apenas uma parte da solução. É interessante rastrear mais do que estes dados para garantir uma entrega de qualidade de ponta a ponta. Estamos falando de condições ambientais e de conservação dos produtos, principalmente em casos de medicamentos, vacinas, alimentos e produtos termolábeis em geral.
A ANIVSA – Agência de Vigilância Sanitária – instituiu no dia 11 de Fevereiro deste ano o Comitê Gestor da implantação da rastreabilidade de medicamentos no Brasil, conforme consta na Portaria 176/2014 do Diário Oficial da União. Isto proverá grandes avanços ao controle de medicamentos no Brasil, minimizando problemas e aumentando a confiança para este nicho.
Acreditamos que, para um real controle e garantia de qualidade, é de grande importância a rastreabilidade também das condições de conservação, como temperatura. Em um cenário onde seja possível visualizar tanto a procedência como a conservação dos produtos em toda sua vida útil, o consumidor e as instituições estarão munidas de dados realmente significativos para comercializar, administrar e utilizar produtos sem grandes riscos.
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