Tendências para a farmácia hospitalar: profissionais, processos e tecnologia
A farmácia hospitalar é um setor essencial para a assistência ao paciente, e, assim como todas as áreas de conhecimento e unidades que compõem os serviços de saúde, ela está em constante evolução. As mudanças dessa seção dentro de hospitais e clínicas trazem a necessidade de atualizações nos processos e tecnologias empregadas, bem como por parte dos profissionais. Para quem trabalha na área é importante estar sempre atento às tendências do segmento.
A farmácia hospitalar tem como atribuições essenciais, segundo a Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços da Saúde (SBRAFH), atividades de gestão, logística e preparo de medicamentos, otimização de terapia medicamentosa, segurança do paciente, informações sobre medicamentos e produtos para saúde e ensino, além de educação permanente e pesquisa. Seu funcionamento é regulamentado por uma legislação federal.
A boa gestão na farmácia hospitalar é importante para a administração da instituição como um todo, tendo em vista que os medicamentos – de responsabilidade desse departamento – estão em terceiro lugar na lista de custos dos hospitais. De acordo com a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), os valores respondem por 10 a 11% das despesas totais das casas de saúde.
Nesse contexto, há pelo menos três grandes tendências para as farmácias hospitalares que estão contribuindo para a melhoria dos serviços prestados aos pacientes: (1) aumento do uso de tecnologia nesse setor e aplicação de automação, (2) aumento da oferta de medicamentos biológicos e (3) melhorias das práticas de gestão do departamento. Nesse post vamos trazer mais detalhes de cada um desses três tópicos. Confira:
A farmácia hospitalar e o hospital 4.0
A chamada quarta revolução industrial e o conceito de indústria 4.0 estão sendo discutidos na saúde com o tema hospital 4.0. Essa revolução significa a integração de diferentes tecnologias, entre elas big data, inteligência artificial e internet das coisas, com objetivo de melhorar os serviços prestados e as decisões gerenciais tomadas nas instituições de saúde.
A integração dessas tecnologias faz com que as informações dentro do hospital sejam repassadas entre setores de maneira mais ágil e precisa, possibilitando melhor eficácia na operação e alterando a relação da instituição com o paciente. Dessa forma, não se considera apenas o tratamento, mas a jornada completa da pessoa, desde a prevenção de doenças até a manutenção da saúde.
Para se adequar ao hospital 4.0, a instituição precisa adaptar sua estrutura e investir na capacitação de seus profissionais, e a farmácia hospitalar está incluída nessa mudança. A automação e a tecnologia nesse setor podem melhorar significativamente: a logística; o controle; estoque; e a distribuição dos medicamentos, reduzindo desperdícios e aumentando a segurança do paciente.
Medicamentos biológicos
Outra tendência bastante forte que influencia processos e tecnologias utilizadas na farmácia hospitalar. E também a própria formação do profissional desse setor, é o aumento da utilização de medicamentos biológicos nos tratamentos. Esses medicamentos são produzidos por biossíntese em células vivas. Ao contrário dos sintéticos que são produzidos por síntese química e representam grande inovação na indústria farmacêutica com soluções para inúmeras doenças. Neste caso, até então, não eram tratadas de maneira eficaz com as terapias tradicionais.
Os medicamentos biológicos são diferentes em sua composição, em relação aos medicamentos produzidos com síntese química. Eles são formados por moléculas grandes , complexas e construídas de milhares de átomos e são, em geral, bastante sensíveis a variações das condições de conservação e armazenamento. Essa característica traz a necessidade de melhor controle de estoque na farmácia hospitalar e se relaciona com o tópico anterior sobre o aumento de tecnologia no setor.
O monitoramento das condições de armazenamento de medicamentos, como a temperatura do local. Ele pode ser feito de maneira muito mais precisa com instrumentos de medição automáticos. Assim garantindo a conservação dos produtos e novamente trazendo mais segurança aos pacientes. Essa tendência é um grande desafio para os profissionais, não somente pela utilização de novas tecnologias como esses instrumentos automáticos. Mas essencialmente pelo fato de que os medicamentos biológicos não fazem parte, comumente, da formação de graduação dos farmacêuticos.
Profissionalização da gestão
A gestão da farmácia hospitalar, como dissemos no início do post, é essencial para o controle de custos dentro da instituição. Porém, assim como acontece com diversos outros profissionais da área da saúde, o farmacêutico muitas vezes não possui uma formação adequada para essa atividade.
Para aplicar boas práticas de gestão numa farmácia hospitalar é necessário entender de: planejamento; programação de compras; classificação de medicamentos; armazenamento; distribuição dos medicamentos; e controle de erros de dispersão, buscando eliminá-los.
Assim como os medicamentos biológicos estão diretamente relacionados ao aumento do emprego de tecnologia na farmácia hospitalar, a profissionalização da gestão também está. Sistemas informatizados auxiliam expressivamente nas atividades de gestão da farmácia hospitalar. Dessa forma, agiliza o acesso a informações, garante a precisão dos dados, melhora a tomada de decisão no setor e contribui para o controle de custos.
Observando macro tendências para farmácia hospitalar, tanto em relação à formação dos profissionais quanto aos processos do setor, é inegável que cada vez mais a tecnologia será protagonista. Esta, por sua vez, evolui e se modifica cada vez mais rápido. Por essa razão, os farmacêuticos que trabalham na área, e têm um papel fundamental nas casas de saúde, devem estar sempre por dentro das novidades.
Para saber mais sobre tecnologia na saúde, especialmente em hospitais, confira o e-book “Hospitais conectados”.
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