Pesquisas comprovam que o uso de sensores aumenta a confiabilidade dos dados e a qualidade dos insumos e medicamentos em ambientes hospitalares.
Os processos de monitoramento, registro e controle de temperaturas estão diretamente relacionados à preservação durante o armazenamento e transporte insumos usados na saúde. Afinal, se vacinas e medicamentos termolábeis forem conservados fora da faixa de temperatura adequada, elas podem perder a eficácia e apresentar riscos à saúde dos pacientes.
A melhor forma de compreender como é realizado o processo de monitoramento de temperaturas nos hospitais brasileiros é por meio de pesquisa, por essa razão, selecionamos algumas análises para compor esse conteúdo. A seguir, você conhecerá os principais dados da área, além de identificar as dificuldades e as oportunidades de melhoria.
70% dos hospitais fazem o registro das temperaturas de forma manual
Em 2020, a Sensorweb realizou uma pesquisa com 30 hospitais brasileiros de médio e grande porte e os resultados mostraram que muitos deles ainda não utilizavam soluções tecnológicas para fazer o controle das temperaturas nos hospitais.
De acordo com os dados levantados, 70% dos hospitais realizavam o monitoramento e registro das temperaturas manualmente. No mais, 6,7% das instituições entrevistadas afirmaram que houve perdas significativas de insumos e medicamentos, por desvios de temperatura. Esse número pode ser ainda maior se levarmos em consideração que 10 entrevistados não souberam responder a essa pergunta ou não podiam compartilhar essa informação.
Outro ponto importante registrado durante a pesquisa foi que, ao realizar a avaliação do processo de monitoramento e registro de temperaturas nos hospitais, foi constatado que aqueles que já tinham um método informativo foram 20% mais positivos do que os que ainda utilizavam o método manual de monitoramento.
Monitoramento manual vs Sensores
Como você já sabe, em muitos hospitais e bancos de sangue do país, o monitoramento da temperatura é feito com termômetros analógicos ou digitais e anotações manuais em mapas de controle de temperatura. Foi a partir desse fato que um levantamento realizado por pesquisadores da Universidade de Brasília buscou comparar o monitoramento de temperatura manual vs sensores.
A primeira parte da pesquisa foi feita em 2 hospitais públicos e 1 privado, sendo que em todos os casos, ficou comprovado que havia um padrão para a coleta de temperatura. Já, a segunda etapa do levantamento foi realizada em dois estabelecimentos hemoterápicos que autorizaram a realização de testes com sensores.
Um desses equipamentos foi colocado no refrigerador e o outro ao lado do termômetro que mede a temperatura ambiente na sala do laboratório. E o resultado foi o seguinte:
Tanto no ambiente com temperatura controlada, quanto na geladeira, os dados de temperaturas máximas e mínimas coletados pelos sensores e de forma manual são diferentes.
Vale ressaltar que na maioria dos casos, a diferença foi menor do que o erro tolerado de 2ºC. Mas, em algumas situações, elas superaram o limite tolerado.
Porém, como as temperaturas não são monitoradas constantemente pelos técnicos, os pesquisadores concluíram que é possível que existam variações bruscas de temperatura que acabam passando despercebidas.
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Informações detalhadas e confiáveis
Seguindo o mesmo viés, um estudo de caso apresentado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Hospital Badim – Rede D’Or São Luiz, mostrou a diferença da coleta de dados a partir de um monitoramento manual versus sensores sem fio.
Para isso, foram colocados 7 sensores no almoxarifado do hospital, sendo que 6 deles foram destinados para monitoramento do local e um na geladeira. Além disso, dois termômetros foram colocados na farmácia, um monitorando o ambiente e o outro, a geladeira. Vale ressaltar que esse monitoramento foi realizado em tempo real.
Os resultados obtidos mostram que, quando o monitoramento da temperatura e da umidade era feito de forma manual, a cada 4 horas, o hospital tinha um total de 180 medições por mês. Em compensação, os sensores apresentaram 432 medições diárias, resultando em quase 13 mil contagens automáticas por mês.
O que isso significa? De acordo com os pesquisadores, o uso dos sensores aumenta a confiabilidade das informações coletadas, e por consequência, a garantia da estabilidade físico-química dos insumos armazenados. Afinal, antes o registro manual é considerado um sistema falho, onde já havia ocorrido:
- Rasuras no formulário/registro;
- Profissionais que esqueceram de fazer o monitoramento;
- Perda do formulário;
- Profissionais que não sabiam como manusear os termômetros.
Já com os sensores, a qualidade e a confiabilidade das informações geradas nos relatórios aumentaram. Sem falar que, durante a pesquisa, eles conseguiram aferir inclusive as variações inadequadas das temperaturas. Com sensores e uma plataforma online que dispara alertas quando há desvios de máxima ou mínima é que se torna possível a redução de perdas – totais ou parciais – em ambientes hospitalares.
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A importância do monitoramento contínuo das temperaturas nos hospitais
O que essas pesquisas mostram? Que todas elas demonstram o real valor do controle e monitoramento das temperaturas, de modo contínuo e em tempo real. Pois, muitas vezes o registro das temperaturas nos hospitais brasileiros é feito de forma manual e em horários pré-determinados, conforme regulamentação da ANVISA.
A verdade é que, não ter dados de temperatura 24 horas por dia, faz com que o responsável pelos insumos não identifique desvios, problemas em equipamentos e, principalmente, não tenha um plano de contingência capaz de evitar perdas irreparáveis.
Uma hipótese importante a citar aqui é que: a instituição, sem total monitoramento, pode aplicar insumos e medicamentos com eficácia abaixo da verificação de qualidade ao sair dos laboratórios farmacêuticos.
Inúmeros insumos são manuseados nas instituições de saúde e isso inclui vacinas, medicamentos, amostras de materiais biológicos, sangue, entre outros. Cada um deles tem faixas de temperatura específicas que devem ser seguidas. Caso contrário:
- Medicamentos e vacinas podem perder a eficácia e até mesmo serem nocivos à saúde;
- Amostras biológicas e de sangue podem comprometer a confiabilidade dos exames e das análises;
- No caso de insumos de pesquisas, um desvio de temperatura pode comprometer anos de estudo.
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Isso significa que a temperatura é o fator mais importante para conservar a qualidade desses insumos e garantir a vida útil deles. Por essa razão, é fundamental contar com um sistema de monitoramento que te dê a certeza de que você terá total controle sobre a temperatura desses produtos em toda a cadeia de frio.
E é justamente nisso que a Sensorweb pode te ajudar, solicite sua apresentação e converse com os nossos especialistas. Eles te auxiliam na implantação de novas tecnologias e no monitoramento de temperatura online do seu ambiente.