Entenda o impacto da engenharia clínica no controle da infecção hospitalar
Você sabia que as infecções hospitalares atingem 14% das internações no Brasil? O número é do Ministério da Saúde, que recomenda lavar as mãos, higienizar ambientes, isolar pacientes contaminados e aplicar protocolos de prevenção para reduzir essa porcentagem.
Nesse trabalho de evitar e controlar infecções hospitalares, o papel da engenharia clínica é fundamental. O profissional dessa área precisa enxergar toda a infraestrutura da instituição para que o problema não ocorra, afinal, é ele que a controla.
Neste artigo, explicamos melhor o papel do engenheiro clínico no controle da infecção hospitalar, evitando contaminações em água, gases, equipamentos e outras transmissões possíveis. Acompanhe!
Os principais conceitos
A engenharia é essencial no controle da infecção hospitalar. Tanto é que, em seu manual sobre Segurança no Ambiente Hospitalar, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dedica um capítulo a isso. O documento define infecção hospitalar como aquela que é “adquirida após a internação do paciente e que se manifesta durante sua estadia no hospital ou mesmo após sua alta”.
Primeiro, é preciso entender quais são os artigos e as áreas hospitalares que têm potencial de transmissão de infecções. O órgão divide essas áreas e artigos em críticos, semicríticos e não-críticos.
Um artigo crítico é aquele que penetra em tecidos subepiteliais e em outros órgãos, como instrumentos de corte e soluções injetáveis. Eles devem ser livres de microrganismos ao serem usados. Já as áreas críticas são as que oferecem risco de infecção, como salas de operação ou parto, unidade de tratamento intensivo e sala de necrópsia.
As áreas e artigos semicríticos apresentam risco menor, como os espaços ocupados por pacientes de doenças não infecciosas e os objetos que não invadem tecidos subepiteliais. As áreas e artigos não-críticos, por sua vez, não apresentam risco de contaminação, como área de administração hospitalar e aparelhos de raio-X.
Procedimentos de limpeza, desinfecção e esterilização
É preciso conhecer também a importância dos métodos de limpeza, desinfecção e esterilização. A limpeza deve ser feita de acordo com o tipo de superfície, quantidade e matéria orgânica presente e compreende escovação com água e sabão, fricção, esfregar e passar pano. Deve-se evitar a varredura e o espanar, pois espalham partículas pelo ar. Garantir que a limpeza seja feita corretamente exige treinamentos, monitoramento e controle de qualidade.
Já a desinfecção consiste em destruir agentes infecciosos, e se aplica, no geral, a áreas e artigos das categorias semicríticos e não-críticos. Para fazê-la, é comum usar hipoclorito de sódio, formaldeído, compostos fenólicos e iodo. Por fim, há a esterilização, que busca destruir totalmente os microorganismos, usando agentes físicos ou químicos. É aplicada em artigos críticos e semicríticos.
Manutenção do controle das infecções hospitalares
Para fazer a manutenção do controle das infecções hospitalares, a recomendação da Anvisa é que o responsável pelo bom funcionamento dos equipamentos e instalações circule por todo o hospital, garantindo que seus funcionários recebam treinamento continuado. Também deve pedir aos chefes dos setores as orientações sobre os melhores procedimentos.
Além disso, os funcionários devem desinfectar seus equipamentos de trabalho após circular em áreas críticas e semicríticas, usar luvas descartáveis e lavar as mãos antes e depois de colocá-las. Ao fazer trabalhos com equipamentos que possam gerar gotículas contaminadas, devem usar luvas, avental e óculos.
Cuidados com as instalações
Já o documento Arquitetura na prevenção de infecção hospitalar, também da Anvisa, traz determinações sobre as instalações hospitalares. É necessário ter cuidado especial com a água, que pode ser um excelente veiculador de patógenos. O melhor é que o hospital conte com reservatórios de água elevados, dois para água potável (um em uso e o outro em limpeza) e outros dois segregados, para água de sanitários e similares.
Os chuveiros também podem ser fonte de transmissão de agentes contaminantes. Por isso, é preciso fazer o descarte de água retirada antes de iniciar o banho, removendo a concentração de bactérias. As comadres devem ser usadas até a alta do paciente e depois esterilizadas.
O impacto da engenharia clínica no controle da infecção hospitalar
Instalar, acompanhar e fazer a manutenção de equipamentos hospitalares é o papel do engenheiro clínico. Mas, com o desenvolvimento da tecnologia, as exigências por qualidade e segurança dos pacientes são cada vez maiores.
No ambiente hospitalar, cabe ainda ao engenheiro clínico preservar instalações e equipamentos, garantindo que não se deterioram. Para isso, é preciso focar na manutenção preditiva, reduzindo ações corretivas. Dessa forma, o hospital consegue realizar sua principal atividade com sucesso, atendendo bem os pacientes.
Frente à quantidade de atividades que o engenheiro clínico e sua equipe precisam realizar, contar com equipamentos conectados, que medem outros parâmetros, torna mais fácil controlar qualquer tipo de infecção ou outras ocorrências médicas.
Uma maneira de fazer isso é por meio do hospital conectado, que usa a internet das coisas para oferecer aos hospitais uma experiência completa, reunindo ambientes, dispositivos e informações em uma única plataforma. O resultado? Qualidade de vida, confiabilidade e eficiência. Para saber mais, baixe nosso e-book sobre hospitais conectados!
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