COVID-19: Coletivo Ar Brasil e os respiradores na pandemia
Enfrentamos uma guerra viral, a pandemia do coronavírus.
O ano é 2020 e estamos em meio a uma pandemia que se alastrou mundialmente.
O Coronavírus, como se popularizou, ou Covid-19, como foi oficialmente nomeado pela OMS*, iniciou seu surto na China e rapidamente se espalhou pelas limitações geográficas de inúmeros países, incluindo o Brasil.
Atualmente, o vírus ameaça o sistema de saúde, como também a saúde de todos, em especial um grupo de risco diversificado, causando milhares de óbitos.
O impacto da pandemia repercute em todos os setores da sociedade. Os hospitais recebem uma sobrecarga de pacientes com sintomas gripais suspeitos de terem contraído o Covid-19. Além disso, há outras preocupações que envolvem a logística de um hospital, como as infecções hospitalares e as perdas de medicamentos que agravam a situação no ambiente.
Também existem novas urgências quanto ao enfrentamento da pandemia: Pacientes precisando de testes que nunca chegam, testes que são mal acondicionados perdendo sua eficácia para a comprovação da doença e, principalmente, as internações que em alguns estados do Brasil já não podem mais ser feitas devido a falta de leitos.
Em meio a crise na saúde, podemos afirmar que foram inúmeras as vezes que as instituições de saúde emitiram notas de ajuda. As mais usuais foram os pedidos por doações de respiradores e os alertas emitido à população sobre o risco de faltar EPIs aos agentes da linha de frente no combate ao Covid-19, devido a compra excessiva dos mesmos.
A resposta da população não demorou e rapidamente diversas frentes comunitárias se articularam a fim de atender a esses pedidos. O objetivo é em prol de projetos que auxiliem a linha de frente da saúde, pois esta carece de materiais básicos para a sua atuação, principalmente de respiradores. Foi partindo deste ponto que nasceu o Coletivo AR BRASIL.
Conheça o Coletivo AR Brasil
O coletivo nasceu de uma iniciativa no sudeste do estado de Santa Catarina. O professor de engenharia biomédica da UFRJ, Jurandir Nadal, criou um grupo na rede social Facebook almejando reunir um grupo de pessoas para desenvolver um respirador mecânico no país. O objetivo de divulgar na rede era construir uma equipe multidisciplinar, voluntária e que agregasse gente de vários lugares.
Foi assim que o Coletivo AR BRASIL se estabeleceu. A inclusão de pessoas que não participavam no desenvolvimento do respirador mecânico em si e que possuem o objetivo de dar continuidade a iniciativas similares.
Hoje, o grupo atua conectando iniciativas ao combate do Covid-19 à empresas interessadas, ou seja, dispostas a financiar ou oferecer recursos para os projetos a fim de concluí-los, para serem implementados com sucesso.
Um dos nossos colaboradores, aqui da Sensorweb, Gabriel Vieira, faz parte do Coletivo AR Brasil e nós pedimos a ele mais detalhes do projeto e, principalmente, como a comunidade pode ajudar na continuidade.
O coletivo está alcançando muitos lugares do país “(…) o projeto conseguiu abranger uma parte da demanda dos hospitais pelo Brasil inteiro (…)”, afirma Gabriel sobre os beneficiários da iniciativa. Ele ainda completa a frase com: “essa vitória nós podemos comemorar”. Confira a entrevista que fizemos!
Sensorweb: Explica para gente o que é o projeto?
Gabriel Vieira: O projeto surgiu por iniciativa do professor de engenharia biomédica da UFRJ, Jurandir Nadal, foi criado no Facebook um grupo chamado COVID-19 Air Brasil com o intuito de reunir pessoas para auxiliar no projeto de desenvolvimento de um respirador mecânico visando enfrentar a falta desses equipamentos nos hospitais.
Sensorweb: E quem faz parte dele?
Gabriel Vieira: Pessoas desse grupo, que não integravam o desenvolvimento do respirador mecânico do professor Nadal, mas pretendiam ajudar em iniciativas similares deram origem ao Coletivo AR BRASIL.
Sensorweb: O que vocês estão fazendo e qual a relação com a Pandemia COVID-19?
Gabriel Vieira: Somos um grupo de voluntários que tem por objetivo construir pontes entre projetos e iniciativas de combate ao coronavírus e pessoas ou empresas que possam auxiliar no acesso aos recursos necessários para a implementação dos mesmos. Ou seja, buscamos ajudar iniciativas já existentes.
Sensorweb: Quem está se beneficiando desse projeto hoje?
Gabriel Vieira: Inicialmente, focamos na logística de produção descentralizada de EPI’s para os profissionais da área da saúde, o projeto conseguiu abranger uma parte da demanda dos hospitais pelo Brasil inteiro, e essa vitória nós podemos comemorar.
Sensorweb: Como faz para participar dessa comunidade? É possível ter mais gente no projeto?
Gabriel Vieira: Todos os esforços agora estão voltados na construção do protótipo do respirador. Os voluntários que puderem ajudar, entrar em contato com o EME.
Sensorweb: Existe alguma necessidade financeira/material que possa ser apoiada? Se sim, como a população pode contribuir?
Gabriel Vieira: Atualmente estamos esperando o protótipo do respirador ser finalizado pelo EME-UFSC para produção e distribuição. A UFSC precisa de auxílio financeiro para desenvolver os protótipos, bem como precisa de um contato que forneça eletroválvulas pneumáticas para o desenvolvimento do protótipo do respirador.
Muito tem sido feito!
Este tipo de iniciativa, não-governamental, é uma demonstração da maturidade e seriedade que as universidades públicas do Brasil possuem quanto à crise pandêmica.
O Coletivo AR BRASIL é apenas um dos projetos universitários na tentativa de auxiliar a população. No estado de Santa Catarina, além da universidade federal (UFSC), a universidade estadual (UDESC) tem desenvolvido projetos de impactos sócio-econômico, educativo ou de saúde.
Outras universidades brasileiras possuem inúmeros projetos, como por exemplo, para produção de máscaras com fabricação nacional e outras com foco em respiradores. Estas e outras iniciativas podem receber a nossa contribuição enquanto sociedade.
O voluntariado universitário precisa de apoio, divulgação, e se pudermos, de doações também, pois as instituições de educação não conseguem dar conta de todas as necessidades para o desenvolvimento desses projetos.
Por isso, ações donativas, individuais ou coletivas, que mantenham os projetos acontecendo é também uma urgência. Conscientizar que a saúde e o futuro do nosso país dependem de ações como essas é um ato de empatia.
Combater o vírus é responsabilidade de todos nós!
Quais são essas iniciativas?
Linhas de atendimento
São realizadas por profissionais da área da saúde, que podem atender a população ou a própria comunidade de saúde, como por exemplo:
- A rede de apoio “Escuta Corona” que auxilia profissionais da saúde a enfrentarem as dores emocionais vividas no combate à pandemia;
- Ações para doação de sangue durante a pandemia; projetos de confecção e doação de máscaras para pessoas e para a saúde;
- A arrecadação de alimentos, como os que a Ação da Cidadania;
- E outros itens de necessidade básica para os cidadãos que não podem arcar com gastos básicos frente às limitações econômicas que a pandemia fez.
É importante enxergarmos que somos uma comunidade e que nossos esforços juntos podem reduzir as curvas de contágio e combater ativamente. As estatísticas são incisivas que colocam o Brasil como um dos novos epicentros do coronavírus.
Você não precisa ter os recursos para apoiar projetos como o Coletivo AR BRASIL.
Compartilhe projetos, divulgue as informações essenciais para manter qualquer iniciativa viva, por isso, vamos deixar as formas de contato com o coletivo. Compartilhe esse artigo e ajude o coletivo AR BRASIL.
Entre em contato com o Coletivo AR BRASIL!
Para ficar por dentro das ações basta entrar no gerenciador de links abaixo:
https://linktr.ee/Coletivoarbrasil
Para saber mais sobre o projeto da ufsc:
Se você quiser participar do projeto ou quer mais informações, os voluntários podem entrar em contato pelo email:
emc@contato.ufsc.br
Lista de eletroválvulas pneumáticas necessitadas pela UFSC para desenvolver os protótipos do respirador:
- Válvula direcional 2/2 vias;
- Válvula proporcional 3/2 vias;
- Válvula direcional 3/3 vias;
Requisitos:
Não pode ter derivado de petróleo; Preferencialmente digitais(Não analógicas); Faixa de pressão 6 a 8 bar; Faixa de vazão: 100 a 300 Nlpm.
Conta bancária para doações:
Banco do Brasil
Agência 3582-3 – Pública
Conta corrente 203.013-6
Nome: Fundação de Ensino e Engenharia de Santa Catarina
CNPJ: 82.895.327/0001-33
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