O cenário do desperdício de medicamentos no Brasil
Estima-se que cerca de R$ 1 bilhão em medicamentos são desperdiçados anualmente no Brasil. Este número representa por volta de 20% dos remédios comprados tanto pelo governo como também por hospitais privados. Em 2013, apenas no Estado do Rio de Janeiro 214 toneladas de medicamentos e insumos foram incinerados por estarem fora do prazo de validade.
As causas para o desperdício variam entre: a compra de grandes estoques acompanhada de um controle ineficaz; armazenamento inadequado; e má distribuição.
Além do valor financeiro, são muitas vezes medicamentos importados, de difícil e demorado processo de aquisição, e que podem deixar pacientes na espera por um problema de gestão, seja sistemático ou não.
Descarte de Medicamentos
O descarte pode ser evidente quando se observam as datas de vencimento, porém em alguns casos, deficiências na cadeia do frio podem gerar desconfiança e forçar a decisão de dispensá-los, como aconteceu em Rondonópolis, em 2013, onde funcionários da rede pública de saúde recusaram a carga de mais de 4 mil vacinas por alegarem que o transporte precisaria ser feito por veículos que tivessem refrigeração específica para cada tipo de vacina, além de contar com a presença de um técnico que acompanhasse a temperatura e o manuseio correto. No transporte sob temperatura controlada, pode-se adotar uma solução automatizada para o registro da temperatura em todo o translado com o uso de dataloggers e caixas térmicas, munindo os responsáveis com informações que vão servir como base para o descarte ou não das doses.
Pesquisa junto aos hospitais
A Sensorweb realizou em 2013 uma pesquisa junto a 30 hospitais nacionais privados de médio e grande porte e constatou que 6.7% deles declararam que já sofreram perdas significativas de insumos devido à desvios de temperatura. Alguns hospitais não souberam ou não tinham autorização para responder tais questões. É fácil extrapolar estes dados e concluir que o montante nacional de desperdício de medicamentos deve ser consideravelmente maior do que apontam as pesquisas.
Em 2008, a Controladoria Geral da União (CGU) identificou 16 cidades que incineraram medicamentos vencidos. A maioria consta da lista dos reprovados na fiscalização dos locais de armazenamento. A CGU encontrou prefeituras que guardavam remédios em locais onde a temperatura era alta e o produto estava exposto à umidade e ao contato animal.
Por outro lado, alguns municípios e hospitais já investem eficazmente em sistemas de gestão destes medicamentos. Seja eles no controle do estoque ou no monitoramento das temperaturas ou fazendo com que estes investimentos se paguem diretamente pelas perdas evitadas. Além é claro do retorno imensurável de garantir o bem-estar do paciente.
Alerta Máximo
Os desperdícios pelo vencimento de medicamentos não ocorrem somente com dinheiro público, pois existem levantamentos que apontam que uma família de classe média perde aproximadamente R$ 60,00 (sessenta reais) por ano com medicamentos que são comprados e não são utilizados, vindo a vencer nestes domicílios.
Para evitar tantos desperdícios, se faz interessante o uso de ferramentas e métodos de gestão da cadeia do frio e de controle das temperaturas dos medicamentos, seja em estoque ou em transporte. Caso tenha interesse em conhecer estes métodos, baixe abaixo nosso guia.
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