O termo Cadeia do Frio é utilizado há três décadas e refere-se à integração dos elos de produção, bem como na logística do produto. O objetivo da cadeia é preservar em condições de refrigeração adequadas e consequentemente manter a boa conservação. A cadeia inclui ambientes refrigerados e climatizados, o controle de temperaturas em transporte e a estocagem. As definições para o termo sempre destacam dois fatores:
1) A existência de ambientes adequados à preservação de produtos sensíveis às variações térmicas, desde sua origem até seu destino;
2) Controle sobre as variáveis do ambiente que influenciem a qualidade dos produtos.
Não é possível controlar o que não é medido.
Já se sabe que não é possível controlar o que não é medido. Ou seja, sem o registro e monitoramento eficaz das variáveis todo o processo é comprometido. Isso nos leva a enormes perdas econômicas (descartes) e redução de qualidade dos produtos.
Especialmente no caso dos Alimentos, onde a velocidade das reações bioquímicas e microbiológicas é diretamente associada à temperatura e ao tempo de exposição. Nestes casos, o monitoramento contínuo é crítico para a manutenção das características originais e boa conservação.
O fato é que existe uma estimativa de que 30% dos alimentos produzidos no mundo são desperdiçados, em um cenário onde mais de 800 milhões de pessoas passam fome ao redor do mundo. Diante de tamanha contradição, identificamos que uma melhor gestão da Cadeia do Frio permite melhorar os indicadores econômicos: reduzindo perdas e descartes, além de possibilitar a redução nos custos dos alimentos.
No Brasil
No Brasil identificamos um grande potencial de crescimento em infraestrutura e sistemas nesta área, visto que nosso país é líder mundial em exportação de carnes (bovina e suína) e é também um dos principais exportadores de hortifrútis.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Armazenamento (ABIAF), há 4,5 milhões de m² de câmaras frigoríficas no país – sendo este um número muito inferior quando comparado a países como EUA, com 48 milhões de m², e Japão, com 25 milhões de m², por exemplo.
Global
Diante deste porte, nota-se o quão globalmente importante é o cuidado com a Cadeia do Frio para a indústria de Alimentos. Uma pesquisa realizada pela Infinite Research denominado “Global Cold Chain Market 2014-2018” estima que este mercado irá crescer 16% até 2018, alavancado principalmente pela necessidade de redução das perdas de alimentos.
Outro grande indicador de crescimento na demanda de soluções para este mercado é a maior exigência de qualidade pelo consumidor, sendo que, atualmente, as principais reclamações recebidas pela Vigilância Sanitária são relacionados ao mau acondicionamento de produtos refrigerados e congelados.
Com a evolução das soluções nesta área, o próprio consumidor poderá agir como um indutor da qualidade, quando puder escolher apenas os estabelecimentos onde a conservação dos alimentos é certificada por ferramentas adequadas.
Referências:
. [24] Safe Food!, Global Food Losses and Food Wastes. https://www.fao.org/docrep/014/mb060e/mb060e00.pdf
https://www.companiesandmarkets.com/Market/Logistics/Market-Research/Global-Cold-Chain-Market-2014-2018/RPT1215876