O que avaliar nos indicadores de Hospitais e Ambientes de Saúde?
A relação que mede processos e resultados, através de dados e informações, e os compara com as metas preestabelecidas é chamada de indicador. O uso desses dados tem o objetivo de quantificar as entradas de recursos, as saídas de produtos e o desempenho dos processos e da própria instituição de modo geral. Os indicadores na saúde mensuram a qualidade do cuidado aos pacientes e podem apontar excelência em termos de estrutura, processo e resultado.
Enquanto medida quantitativa, que pode se tornar um guia de avaliação da assistência em saúde e das atividades médico-hospitalares, os indicadores na saúde funcionam como base para o processo de acreditação, visto que geralmente contemplam aspectos de segurança, organização e práticas de gestão e qualidade.
Padrões de Qualidade
Para que uma gestão hospitalar seja considerada eficiente, o levantamento dos indicadores na saúde neste local deve ocorrer com frequência. Isso porque um hospital, por exemplo, precisa atingir pelo menos 70% dos padrões de qualidade e segurança determinados pela ONA (Organização Nacional de Acreditação) para o processo de acreditação no nível 1, de instituição Acreditada.
Isso quer dizer que, para atingir níveis mais altos – sendo o 2 Acreditado Pleno e o 3 Acreditado com excelência -, esse acompanhamento deve ser mais rígido e precisam ocorrer melhorias constantes, a fim de alcançar maiores porcentagens de qualidade, segurança, gestão integrada e excelência em gestão. O intuito de aplicar metodologias para tornar uma instituição de saúde acreditada é se tornar referência na região ou no país. Para isso é possível alcançar o reconhecimento da Joint Commission International (JCI), que determina padrões de qualidade internacionais e concede o certificado de Acreditação JCI a entidades que possuem alto status de excelência de acordo com regras e políticas internacionais e também continuar a manter as certificações de outras instituições nacionais e internacionais.
Fizemos uma lista com todas as acreditações e certificações existentes, consideradas primordiais para um hospital se tornar referência na região e/ou no país. Para conhecer a lista completa você pode acessar nosso artigo aqui.
Confiabilidade como critério de avaliação
Para que seja possível alcançar esses padrões, a confiabilidade dos indicadores na saúde é fundamental. Essa característica está entre os critérios de construção dos indicadores, que são: disponibilidade dos dados, validade, confiabilidade, simplicidade, estabilidade, sensibilidade, abrangência, objetividade, utilidade, especificidade e baixo custo.
A acreditação é apenas uma das forma. Há também a possibilidade de validar outros indicadores de acordo com a ANVISA quanto as tecnologias aplicadas nos ambientes da saúde, assim é possível validar os indicadores na saúde. Outras formas são estudos, elaboração de manuais, debates constantes sobre o assunto, auditorias internas, participação em programas de validação e apresentação de práticas para melhoria na qualidade dos serviços oferecidos. Órgãos regulatórios como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o Guia de Boas Práticas da Manufatura Automatizada (GAMP), e a Food and Drug Administration (FDA) são os que exigem validação dos indicadores nas instituições de saúde em todo o mundo. E é claro que para validar as informações fornecidas é necessário que este conjunto apresente confiabilidade, o que pode ser obtido com a implantação de um sistema automatizado.
Automatização e dados confiáveis
Em geral, sistemas de dados não automatizados e que não apresentam integração com outras bases, além de dificultar seu cruzamento – sendo necessário fazer o processamento em outros ambientes -, tornam essas informações menos confiáveis. Entretanto, é importante pontuar que tecnologias também possuem falhas e é por isso que engenheiros trabalham diariamente para aprender com elas e corrigi-las sempre que se observa anomalias sistêmicas. Por fim e como consequência, a falta de interligação impossibilita agilidade e tomadas de decisões mais assertivas em todos os setores, sejam eles administrativos, técnicos, epidemiológicos ou ambientais.
As informações utilizadas no cálculo do indicador precisam ser fidedignas: devem levar aos mesmos resultados quando tomadas por pessoas diferentes em tempos diferentes e ao serem aplicadas em condições semelhantes. Como diversos setores de um hospital passam por avaliação no processo de acreditação, com diferentes atribuições (desde armazenamento, logística e distribuição de medicamentos), é importante que haja um padrão na sistemática aplicada para colher os dados desses ambientes. Também é importante regulamentar a qualidade dos fornecedores que atendem a uma instituição de saúde, pois muitos destes prestam serviços e insumos cruciais ao paciente. Neste caso o compliance é fundamental!
Indicadores com uso de IoT
A Internet das Coisas (IoT), já começou a atender demandas relacionadas ao conforto e bem-estar do usuário em geral. Hoje ela já está controlando desde automóveis a eletrodomésticos, tornou-se uma ferramenta quando se trata de computação na nuvem (cloud computing) aplicada ao monitoramento de insumos em setor hospitalar ou na área da saúde. Recentemente tratamos desde assunto aqui no blog, mas agora gostaríamos de apresentar alguns dados.
Com o uso de sistemas automatizados, a possibilidade de validar os dados significa comprovar que os sistemas computadorizados estão cumprindo adequadamente suas funções automáticas, de maneira objetiva e documental. A solução Sensorweb para monitoramento contínuo e online de temperaturas de medicações, vacinas e bolsas de sangue dispensa registros manuais e o uso de papéis e planilhas, evitando falhas. Como o registro é automatizado, facilita o acesso posterior às informações, otimizando análises e auditorias.
Monitoramento automatizado
O monitoramento automatizado da cadeia de frio para a indústria farmacêutica, logística farmacêutica e hospitais é uma das ferramentas que pode levar ao aperfeiçoamento de uma instituição de saúde e conduzi-la à obtenção de um certificado e acreditação, devido à confiabilidade no registro de dados. Utilizados no fim desta cadeia, os dados da manutenção de medicamentos necessários para o cuidado de pacientes acabam por impactar diretamente no bem-estar destas pessoas. Quando registrados por sistemas automatizados, podem render melhores resultados, economia e segurança, conferindo maior credibilidade à própria instituição.
Atribuições como armazenamento, logística e distribuição de medicamentos na farmácia hospitalar são importantes na gestão de qualidade. Para entender mais sobre como o controle da temperatura de fármacos influencia na qualidade de um ambiente hospitalar, consulte nosso e-book.
Big Data
Esta projeção está amparada em fatores como o crescimento de Big Data. Esta se refere a grandes volumes de dados, provenientes de fontes diversas, como web analytics, mídia social, mídia gráfica, links patrocinados, dados sociodemográficos, entre outros. E também amparado na necessidade de mudança nos modelos de pagamento e gestão, cada vez mais embasados em informação e mobilidade. Nos Estados Unidos, por exemplo, há uma série de ações governamentais que favorecem a popularização da tecnologia. Como é o caso da Affordable Healthcare Act, agência reguladora.
Entretanto, não é um processo fácil. Há obstáculos diversos como: a despadronização que inviabiliza a interoperabilidade; assim como preocupações de caráter geral relacionadas à segurança dos dados; e, principalmente, carência de mão de obra especializada.
Conforme relatório da consultoria Accenture, estes obstáculos podem ser dirimidos, como já ocorreu em outros setores da indústria, como é o caso da de serviços financeiros. Não buscar soluções neste sentido, diz a consultoria, significa perda de competitividade e impacto direto no market share.
Impactos da cloud computing
São cinco as áreas impactadas pela cloud computing (aliada a mobilidade e analytics), segundo o relatório da Accenture.
- Agilidade! Prestadores de serviços e fontes pagadoras interagem a fim de propiciar melhores cuidados ao paciente. Assim, cumprem a agenda regulatória com custos menores e em tempo mais ágil;
- Atendimento personalizado e contínuo, baseado em compartilhamento universal, com total segurança de dados;
- Atendimento domiciliar para pacientes crônicos, com mais qualidade e custos menores;
- Big Data combinado a ferramentas como as de mídia social. Pois elas podem ser um canal de melhora à saúde pública (estimular hábitos saudáveis e monitorar do bem-estar da população);
- Converter o acesso aos serviços em mercados emergentes, o que reduz a necessidade de investimentos maiores em hospitais e/ou clínicas.
Em tempo, a Accenture prevê que a cloud computing em saúde deva alcançar o modelo Everything as a Service (Xaas). Ou seja, capaz de reunir infraestrutura, serviços e processos, todos na nuvem.
Nos EUA
Trata-se de tendência mundial! A HIMSS Analytics afirmou em pesquisa que a adoção da computação em nuvem em organizações prestadoras de cuidados de saúde está em 83%, com aplicativos baseados em SaaS.
O relatório é antigo e foi publicado pela HIMSS Analytics, mas é uma ótima referência para o Brasil. Dentre os principais dados coletados, eles observaram que:
- 83% das organizações de TI de saúde estão usando atualmente os serviços em nuvem. 9,3% tem isso em mente e 6% não pretende ter aplicativos baseados em nuvem;
- 67% das organizações de TI de saúde estão a execução de aplicativos baseados em SaaS hoje, com 15,9% sendo executado em uma plataforma Infrastructure-as-a-Service (IaaS). E apenas 2,4% usando Platform-as-a-Service aplicações (PaaS).
- Ampliar recursos ou capacidade (48,2%) tecnológicos, contribuir positivamente em indicadores financeiros (46,4%) e tempo ágil de implantação (44,6%). Essas são as três formas mais comuns de as organizações de saúde medirem o valor dos serviços em nuvem.
Essas porcentagens também tem crescido no Brasil. A expectativa é que o Hospital Conectado ou Hospital 4.0 se torne comum na nossa comunidade de saúde.
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