Cuidados ao paciente para o uso de medicamentos

Saber aconselhar o paciente sobre o uso adequado de medicamentos é fundamental. Profissionais da saúde, como o médico e o farmacêutico, devem fornecer orientação básica ao paciente (ou ao responsável por ele) tanto sobre a necessidade do tratamento quanto a respeito da utilização dos medicamentos, cuidados e possíveis efeitos colaterais.

Este processo é fundamental para que o paciente esteja ciente da situação e participe ativamente do processo. Empatia, honestidade e paciência são fatores decisivos para alcançar a melhora ou cura.

Por isso, a partir de algumas observações da Dra. Rosaly Correa de Araujo, em artigo científico, vamos esquematizar este processo para você visualizar melhor a questão.

Quais as vantagens do aconselhamento?

Informação é sempre um fator decisivo. Quando bem conduzido o processo de tratamento, pode-se afirmar que:

  • o paciente reconhece a necessidade da medicamentação para manter sua saúde e seu bem estar;
  • a empatia entre profissional e paciente se fortalece, pautando-se em confiança;
  • o tratamento torna-se mais eficaz;
  • diminuem o desdobramentos negativos gerados pelos efeitos colaterais quando o paciente entende o que está ocorrendo consigo mesmo.

Qual a prática mais adequada?

Há várias práticas educacionais que podem ser utilizadas para o aconselhamento. A interatividade, em todos os casos, é o que faz alcançar os melhores resultados.

Uma conversa franca entre profissionais e grupos de pacientes gera conforto, aumento da perspectiva de cura e da capacidade de enfrentar situações adversas.

Mas sejam quais forem os recursos, tecnológicos ou não, a informação verbal e o diálogo continuam muito eficazes.

Aconselhamento a pacientes idosos: atenção redobrada

O aconselhamento para a população geriátrica é especialmente importante, tendo em vista que:

  • múltiplas patologias, com terapias distintas, podem  elevar o risco de efeitos colaterais;
  • evita a interferência gerada por medicamentos vencidos ou indicados por terceiros (vizinho ou amigo) ou automedicação, pautada muitas vezes em medicamentos que não necessitam de prescrição;
  • a idade avançada pode gerar entraves, como entendimento precário sobre o uso dos medicamentos, confusão pelo uso de vários medicamentos concomitantemente, assim como falta de memória, visão precária, falta de destreza manual, entre outros fatores;
  • com a idade, surgem alterações fisiológicas como a perda da capacidade de reserva funcional de órgãos vitais, assim como deterioração do controle homeostático, além de alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas.

Aconselhamento a pacientes crianças: um direito

Em pacientes pediátricos, pais ou responsáveis devem ter todo o conhecimento a respeito da medicamentação indicada. Mas, além disso, as crianças devem saber por que estão tomando remédios. Isso melhora a terapêutica.

Segundo a United States Pharmacopeia, Divisão de Desenvolvimento de Informações, há dez princípios básicos que ensinam as crianças e adolescentes nesse sentido. Veja quais são eles:

  1. As crianças, como usuárias, têm o direito de obter informação adequada sobre seus medicamentos de acordo com o seu estado de saúde, sua capacidade e cultura.
  2. As crianças querem aprender. Profissionais da saúde e educadores devem conversar diretamente com as crianças sobre os seus medicamentos.
  3. Deve-se estimular o interesse das crianças sobre o uso de medicamentos; elas devem ser ensinadas sobre como fazer perguntas aos profissionais da saúde e aos seus pais sobre medicamentos e outras terapias.
  4. Crianças aprendem, seguindo exemplos. A ação dos pais e demais responsáveis deve refletir o ensino adequado do uso de medicamentos.
  5. As crianças, seus pais e profissionais da saúde responsáveis por elas devem gradativamente transferir a responsabilidade pelo uso de medicamentos, de forma que pais, profissionais da saúde e a capacidade da criança tenham sua responsabilidade respeitada.
  6. A educação de crianças sobre o uso de medicamentos deve levar em conta não só aquilo que cada criança quer saber sobre os medicamentos, mas também o que profissionais da saúde acham que as mesmas devam aprender.
  7. As crianças devem receber informação básica sobre medicamentos e o seu uso apropriado, como parte da educação na escola.
  8. A educação da criança sobre medicamentos inclui informação geral não só sobre o uso correto e incorreto dos mesmos, mas também sobre os medicamentos específicos que esteja utilizando.
  9. As crianças têm o direito de receber informação para evitar a intoxicação medicamentosa pelo uso incorreto de medicamentos.
  10. Crianças solicitadas para participar em ensaios clínicos (após consentimento dos pais) têm o direito de receber informação adequada para o seu entendimento antes de aprovação e participação.

Outros aspectos importantes

Deve-se levar em conta qual o nível de educação do paciente ou responsável por ele. Além disso, são muitas as barreiras de ordem cultural, ou mesmo fatores como língua, visão, audição, comunicação diferenciada entre os sexos, estado mental. Por outro viés, ainda surgem entraves relacionados ao próprio sistema ou ao meio ambiente (não reembolso de serviços prestados, falta de pessoal, sobrecarga de trabalho, perfil do profissional).

Por isso, é importante que o aconselhamento não se limite ao momento da consulta. Ele deve acompanhar o processo de doenças crônicas, buscando identificar as modificações do tratamento, pois isso facilita a adesão ou sua falta por parte do paciente, principalmente diante de efeitos colaterais aparecem.

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