Logística hospitalar: como melhorar a distribuição de medicamentos

Apesar da legislação cada vez mais exigente, muitas farmácias hospitalares ainda funcionam de maneira bastante simples: o medicamento chega ao hospital, é registrado, vai para o estoque e é distribuído ao paciente. 

O problema é que, nesse sistema, é comum que erros ocorram. Eles vão desde a administração de uma dose diferente da prescrita até a de medicamentos deteriorados e podem comprometer a saúde do paciente.

Sendo assim, é preciso encontrar formas de melhorar a distribuição de medicamentos. É sobre como resolver essa questão de logística hospitalar que vamos falar neste artigo!

Entenda como funcionam as farmácias hospitalares atualmente

O funcionamento das farmácias hospitalares costuma ser simples, ainda que inclua diversos profissionais, como médicos, enfermeiros e administração do hospital trabalhando em conjunto. 

Primeiramente, o almoxarifado recebe os medicamentos do fornecedor e confere a mercadoria. Um funcionário faz o registro dos medicamentos no sistema de estoque. De acordo com a necessidade, os medicamentos ficam no estoque do almoxarifado ou vão direto para a farmácia hospitalar. Nos casos em que fica no almoxarifado, o sistema emite uma lista de medicamentos para reposição quando necessário. Só então o medicamento vai para a farmácia. 

Na hora de estocá-los na farmácia, os medicamentos são organizados em ordem de registro farmacêutico e em ordem alfabética. Depois, há a separação e dispensação, quando a farmácia recebe as prescrições médicas de diversas áreas do hospital. No geral, esse documento contém o nome do paciente, data, medicamento administrado, via de administração, frequência, horário e assinatura do médico. 

O farmacêutico analisa o documento e o libera para que o auxiliar de farmácia separe a medicação. Depois de separados, os medicamentos ficam à disposição para retirada própria farmácia. O paciente, então, recebe a medicação pelo auxiliar de enfermagem, que anota manualmente a administração do medicamento no formulário de prescrição médica.

Como esse processo pode ser melhorado?

O processo descrito acima pode ser melhorado de diversas formas e não é de hoje que o tema vem sendo discutido, tanto no meio acadêmico quanto em âmbito empresarial. Um dos primeiros estudos no Brasil nesse sentido, apresentado no Congresso Brasileiro de Custos, em 2007, já abordava dispensação por código de barras para diminuir erros na administração de medicamentos não-autorizados a pacientes ou mesmo erros de super dosagem, conforme sugerem os pesquisadores Edson Pacheco Paladini, Kátia Abbas e Maury Leoncine. Já com relação à logística hospitalar e o recebimento dos medicamentos no almoxarifado, é necessário verificar se a carga está em boas condições e se chegou no prazo certo para avaliar o fornecedor. 

A integração entre almoxarifado e farmácia hospitalar também é importante, para que o primeiro saiba as reais necessidades de reposição, reduzindo insumos ou evitando a falta deles. Para realizar estas atividades e integrar os diversos setores de um hospital, o uso de tecnologia e automação de informações é imprescindível para facilitar algumas ações como o registro no sistema e controle de estoque. 

Os medicamentos devem ser também identificados com código de barra, para permitir que sejam rastreados. Usar prescrições eletrônicas é outra sugestão. Dessa forma, o médico pode usar um sistema digital para prescrever, eliminando dificuldades de entendimento das informações.

Por fim, o paciente deve ser identificado com uma pulseira com um código de barras. No momento da administração, o enfermeiro deve fazer a leitura do paciente e a do medicamento, para garantir que a administração está correta. 

Como melhorar a logística hospitalar? A importância de monitorar a temperatura dos medicamentos

Outra ação essencial para melhorar a qualidade das farmácias hospitalares e a logística hospitalar com um todo é monitorar a temperatura dos medicamentos. Isso é especialmente válido no caso dos medicamentos oncológicos e das vacinas, estas últimas  precisam ser transportadas em caixa específica e ter temperatura mantida entre 2ºC e 8ºC. Para isso, uma solução que possa ser acoplada à maleta térmica é indicada como máxima de garantia ou o uso de um sensor móvel ou um datalogger, conforme guia de boas práticas na rede de frio da ANVISA.

Depois do transporte, os medicamentos vão para o almoxarifado ou também conhecida como farmácia central do ambiente de saúde. Esta fica responsável por monitorar e registrar a temperatura dos estoques. Para medicamentos termolábeis, utiliza-se câmaras frias, que permitem estocar mais medicamentos por vez. 

Com medicamentos de alto custo em seu interior, esse ambiente é crítico. Qualquer falha no sistema de refrigeração ou na eletricidade podem colocar os medicamentos em risco. Por isso, usar um sistema de monitoramento é crucial.

Medicamentos oncológicos

É preciso dar atenção especial também aos medicamentos oncológicos, que precisam ser mantidos estáveis. Uma das variáveis que mais causam problemas é a temperatura, essencial para garantir que o medicamento seja eficaz em tratamentos oncológicos. Estes devem ser conservados em temperaturas bem específicas, com faixa estreita entre mínima e máxima. 

Isso porque, caso o medicamento não esteja na temperatura certa, pode causar a decomposição dos produtos, alterando sua eficácia e ocasionando retrocesso no tratamento dos pacientes. 

Monitoramento automatizado de temperatura

Levando em conta a importância de monitorar a temperatura dos seus medicamentos, uma maneira eficaz de fazer isso é usando um sistema de controle automatizado, que evita falhas e equívocos nos registros. Esse tipo de equipamento  são sensores de medição automáticos, que garantem o monitoramento quanto a  refrigeração dos medicamentos mesmo sem ninguém por perto. Quando a temperatura se aproxima da faixa de risco, alarmes são enviados para as equipes responsáveis.

Além de monitorar o armazenamento na farmácia hospitalar, a automatização permite acompanhar a temperatura durante o transporte dos medicamentos, enviando dados em tempo real para a equipe responsável pelo setor. Também é possível acessar registros constantemente, em um histórico organizado de informações, o que é importante em casos de auditoria e conferências técnicas.

Dessa forma, você garante armazenamento e transporte de medicamentos com mais confiabilidade. O paciente é tratado com medicamentos íntegros, sem rupturas. Quer saber mais sobre qualidade na farmácia hospitalar e como a automação pode trazer benefícios e reduzir falhas nesse ambiente? Então faça o download gratuito do ebook Controle de temperatura de fármacos como fator de qualidade hospitalar!
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