Logística de medicamentos: deve contar com um farmacêutico?
Descubra qual é a importância de um responsável técnico na logística de medicamentos e quais são as atribuições desse profissional no dia a dia.
Se antes, a responsabilidade com relação ao armazenamento e entrega de medicamentos e insumos farmacêuticos era destinada somente aos próprios desenvolvedores do setor, hoje essa incumbência vem sendo distribuída. Cada vez mais, as indústrias farmacêuticas têm focado em se especializar na produção e no desenvolvimento de produtos. Enquanto isso, atividades como armazenagem e transporte estão sendo terceirizadas.
É verdade que a logística farmacêutica possui alguns desafios, que são potencializados pela extensão territorial nacional. E, mais do que isso, por lidarem diretamente com produtos da área da saúde, as transportadoras que atuam nesse setor vêm recebendo cada vez mais regulamentações.
Mas existe uma forma simples de garantir que a sua empresa de logística farmacêutica siga todas as normas e ainda consiga se destacar da concorrência: contar com o responsável técnico dentro da logística.
A importância das regulamentações do setor
Já se sabe que a indústria farmacêutica requer cuidados. Justamente por isso, existem os requisitos sanitários, como os criados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Por essa razão, antes de falar sobre a importância do responsável técnico para a logística farmacêutica, é importante tratar sobre algumas das regulamentações do setor.
As leis 6360/1976 e 5991/73 são alguns exemplos. Ambas tratam sobre o controle sanitário e do comércio de medicamentos, insumos farmacêuticos e outros produtos. Além disso, elas já demonstram que a responsabilidade com relação à segurança e qualidades desses componentes, até a chegada ao consumidor final, deve ser compartilhada.
Por falar nisso, a RDC 430 foi criada justamente com esse propósito. Ela trata especificamente sobre as Boas Práticas de Distribuição, Armazenagem e de Transporte de Medicamentos.
Nela, estão soluções de monitoramento e controle de temperatura, garantindo a segurança e eficácia dos medicamentos, bem como, dos insumos hospitalares. Dividindo, dessa forma, a responsabilidade entre todos que fazem parte da cadeia de suprimentos e da cadeia fria. Isso inclui, é claro, as empresas de logística farmacêutica. Nesse texto, você fica sabendo mais sobre a RDC 430.
Essas regulamentações mostram que as empresas da logística farmacêutica precisam adequar seus processos e estruturas físicas para atender às demandas regulatórias e cumprir sua responsabilidade legal. Para isso, é fundamental que as companhias desse setor tenham o auxílio de um responsável técnico.
Por que a presença de um responsável técnico se faz necessária?
Você sabia que a atividade do farmacêutico em transportadoras está prevista nas portarias, deliberações e resoluções da Anvisa, do Conselho Federal de Farmácia e demais órgãos do setor?
Inclusive, para que uma empresa possa exercer a atividade de transporte de produtos farmacêuticos, ela precisa comprovar que conta com assistência técnica profissional de um farmacêutico competente, para verificação e controle necessário. Vale lembrar que isso serve para qualquer empresa de transporte, seja ele aéreo, terrestre, ferroviário ou fluvial, que queira lidar com produtos farmacêuticos, farmoquímicos e indicados para saúde.
O que esse profissional faz na prática?
Você já sabe que a presença desse profissional é obrigatória. Mas, para que a sua importância fique ainda mais evidente, vamos falar sobre o que o responsável técnico faz no seu dia a dia.
Antes de mais nada, é importante ressaltar que esse profissional conhece todos os órgãos reguladores e as legislações. Além disso, ele também tem conhecimento técnico sobre os produtos e os processos internos da logística farmacêutica.
Sendo assim, o responsável técnico atua da seguinte forma:
- Aplica as regulações vigentes;
- É responsável pelo controle da capilarização da cadeia de distribuição dos medicamentos;
- Faz com que sejam cumpridas as boas práticas de transporte, independente do modal escolhido;
- Adequa a empresa, de acordo com as normas sanitárias;
- Faz o controle efetivo nas atividades de transporte;
- Garante a segurança e a qualidade dos produtos;
- Orienta e adequa as estruturas da empresa, para que ela cumpra a legislação sanitária vigente;
- Garante que todas as especificações de conservação e segurança sejam seguidas, desde a coleta até o armazenamento e a entrega do produto no destino final.
Ou seja, o responsável técnico se tornou uma espécie de gestor atualizado, que as empresas da logística farmacêutica dependem para garantir que todos os processos sejam direcionados para a qualidade e segurança do produto.
Quais são os impactos da falta desse responsável na logística de medicamentos?
Como você já sabe, a área da saúde é uma das que conta com o maior número de regulamentações do mercado. Afinal, ela tem como foco a segurança, eficácia e rastreabilidade de produtos que lidam com a saúde da população. Com isso, a falta de um profissional com conhecimento e preparação pode ser extremamente prejudicial para uma empresa que busca atuar na logística farmacêutica.
Para início de conversa, um estabelecimento voltado para a área da saúde não pode operar sem a licença sanitária. E para obter essa licença, a empresa passa por uma inspeção in loco, realizada pela Vigilância Sanitária. Nesse momento, a companhia precisa comprovar que atende aos requisitos técnicos e administrativos. Caso contrário, ela não poderá atuar.
Mas isso não é tudo. Cada vez mais, a qualidade se torna um critério competitivo. E ela está diretamente relacionada à satisfação do cliente, principalmente no médio e longo prazo. Sendo assim, a presença de um responsável técnico também se torna uma estratégia importante para as empresas que desejam se destacar da concorrência.
Finalmente, esperamos que ao fim desse conteúdo, tenha ficado claro que as questões regulatórias não são meras burocracias. Elas são uma necessidade imediata, que podem garantir não somente uma vantagem competitiva, como também a preservação da empresa na logística farmacêutica.
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