Boas práticas no monitoramento de temperatura: como perceber falhas em equipamentos
Uma das práticas de controle mais comuns na área da saúde é o monitoramento de temperatura no armazenamento e conservação, seja de medicamentos, vacinas e até mesmo de bolsas de sangue.
Por mais que pareça tarefa simples, é um processo que exige conhecimento e deve ser realizado de maneira criteriosa. Afinal, alguns sinais podem indicar falha no equipamento, problema que levará à perda dos materiais armazenados.
Por que realizar o monitoramento de temperatura na saúde?
É importante destacar que controla as temperaturas é imprescindível para a cadeia de suprimentos termo sensíveis utilizados no setor da saúde e uma maneira de manter o controle é por meio do monitoramento de temperatura. Grandes oscilações térmicas em equipamentos e/ou ambientes onde são mantidos produtos sensíveis, podem alterar as propriedades físico-química dos materiais, inviabilizando o seu uso.
Um exemplo disso são as bolsas de sangue, que devem ser armazenadas a uma temperatura de 2°C a 6°C, se forem utilizadas apenas para produção de concentrado de hemácias e plasma fresco congelado.
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Dessa forma, caso ocorra algum problema na geladeira onde ficam armazenadas as bolsas, ou até mesmo no termostato, a qualidade desse componente biológico pode ficar comprometida, colocando em risco a saúde de quem receberá a transfusão.
Observando apenas esse exemplo, fica fácil perceber por que o monitoramento de temperatura é um processo tão importante para a manutenção da cadeia fria nos ambientes e equipamentos da saúde. Por isso, destacamos três motivos principais para realizar o monitoramento.
- Atendimento às Normas Regulamentadoras: é o caso da RDC 67/2007 que dispõe sobre as boas práticas em manipulação e preparação de medicamentos. Nesse documento, é exigido o registro do controle de temperatura.
- Garantia da Segurança do Paciente: é fundamental garantir que os insumos estejam em perfeitas condições de uso para terem suas propriedades farmacológicas (ou biológicas) preservadas, promovendo um tratamento medicamentoso efetivo e seguro ao paciente. Conhece o NSP? Leia mais sobre.
- Gestão dos Custos: é essencial preservar a integridade dos insumos de modo a evitar o desperdício e descarte decorrentes do acondicionamento inadequado. Material descartado é sinônimo de prejuízo financeiro.
O que é temperatura e calor?
Antes de falarmos sobre monitoramento de temperatura, é essencial entender que temperatura é a medida do estado de agitação das moléculas dos materiais. Quanto mais quente, mais agitadas ficam as moléculas. E é dessa forma que é possível medir a temperatura.
Associado à temperatura, está o conceito de calor, que , trata-se de uma característica dos corpos, ter mais ou menos calor.
Como os corpos trocam calor, isso está diretamente relacionado à temperatura. Muito confuso? Calma, vamos dar um exemplo para ajudar. Imagine uma geladeira que parou de funcionar. Quando não é produzido ar frio, o calor dos materiais passa a estabelecer uma relação de equilíbrio, fazendo com que a temperatura interna aumente.
É normal haver variação de temperatura no ambiente ou no equipamento?
Sim. Vários fatores podem influenciar para que a temperatura medida em um curto intervalo de tempo, ou até mesmo de forma simultânea, apresente variações.
De modo geral, é importante considerar que nunca haverá uma medição precisa da temperatura. Por mais que o sensor do termômetro seja calibrado, o certificado de calibração sempre apresentará uma faixa de variação de temperatura, para mais ou para menos, considerada aceitável para aquele termômetro.
Isso significa que, no monitoramento de temperatura, o profissional deverá avaliar a faixa aceitável de variação, sinalizando como alerta o que estiver fora dessa faixa.
Principais causas da variação de temperatura:
- As temperaturas não são homogêneas: em ambientes fechados, é necessário considerar que o ar quente tende a subir e o ar frio a descer. Dessa forma, uma geladeira, por exemplo, terá temperaturas diferentes em pontos diferentes, o que chamamos gradiente de temperatura. Observe a imagem para entender melhor:
- As temperaturas variam o tempo todo, lentamente: faz parte da natureza a variação de temperatura. E como a troca de calor entre os materiais interfere na temperatura, é natural que ocorra essa variação natural ao longo do dia. É por esse motivo que o termostato da geladeira liga e desliga automaticamente, pois está programado para funcionar sempre que ocorre essa variação.
- Cada sensor tem o seu tempo de resposta: o tempo que o material é exposto ao sensor também influenciará para ocorrer uma variação na temperatura indicada no termômetro. É preciso considerar as especificações de calibração do sensor para que se tenha a temperatura mais aproximada possível, conforme exemplo abaixo:
Alguns pontos de atenção em relação à variação de temperatura:
Gradientes de temperatura muito grandes não são normais e precisam ser investigados
Sempre haverá uma diferença aceitável em relação ao gradiente, que pode variar em cada equipamento. Quando foge dessa faixa de temperatura, há algum problema que precisa ser corrigido.
Oscilações bruscas ou permanentes de temperatura podem indicar problemas no sensor
Quando ocorrem variações grandes de temperatura ao longo de um período, é necessário observar se o setpoint não foi mexido ou se há uma carga excessiva de produtos. Caso contrário, o sensor pode estar danificado.
Formação de gelo na geladeira
Não, geladeira não é para formar gelo. Isso significa que a temperatura está abaixo de zero, sendo que o normal para refrigeradores é manter a temperatura sempre acima de 2ºC.
Como prevenir falhas nos equipamentos!
A forma mais eficiente de garantir uma medicação adequada da temperatura é prevenir que ocorram falhas nos equipamentos que fazem o monitoramento de temperatura. Por isso, separamos algumas dicas que irão lhe ajudar a manter os equipamentos em boas condições de funcionamento.
- Realizar a limpeza dos equipamentos;
- Verificar as configurações dos setpoints e do Programa de Degelo (degelo de mais ou de menos prejudicam o equipamento);
- Organizar os produtos na geladeira a fim de evitar acúmulo e sobrecarga de produtos, pois isso impossibilita o fluxo de ar internamente;
- Realizar a inspeção de pontos críticos: gaxetas ou borrachas, dobradiças, ruídos excessivos ou vibrações, luzes internas (pois geram calor) e lâminas de ventilador.
7 boas práticas no monitoramento de temperatura:
- Posicionar o sensor no centro do equipamento, pois assim é possível obter uma média da temperatura da geladeira ou freezer;
- Não colocar o sensor próximo a serpentinas ou saídas de ar;
- Comparar dois sensores posicionando-os lado a lado, se possível, encostados;
- Nunca comparar um sensor imerso em glicerol a um sensor exposto no ar, pois ambos têm tempos de resposta diferentes;
- Ler a temperatura com a porta do refrigerador fechada;
- Aguardar em média 20 minutos após colocar o sensor para realizar a leitura da temperatura;
- Realizar a calibração do sensor do termômetro com laboratório certificado e analisar as informações do certificado de calibração.
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