A necessidade de cuidados com medicamentos de alto custo na rede pública de saúde
Através de Programas específicos, como o Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, o Sistema Único de Saúde(SUS) atualmente fornece vários medicamentos termolábeis. Eles são para tratamento das mais diversas patologias preconizadas por Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde (PCDT MS). São produtos farmacêuticos geralmente de alto custo e de grande importância para um percentual significativo de pessoas portadoras de patologias crônicas, do tipo autoimunes principalmente.
Medicamentos Biológicos
A titulo de informação, os medicamentos biológicos com bastante procura fornecidos pelo referido Programa, por exemplo: o Etanercepte e Adalimumabe, podem ter um custo mensal de tratamento para o usuário de aproximadamente R$8.0000,00 (preço médio para compras em farmácias comerciais).
Esses medicamentos devem ser armazenados e conservados sob refrigeração, a temperaturas entre 2ºC e 8ºC, para se garantir a estabilidade e qualidade do produto a ser aplicado. Porém, se mal conservados esses medicamentos podem sofrer instabilizações químicas em suas formulações ocasionando a diminuição do teor da substância ativa, comprometendo assim o efeito terapêutico. Esse efeito terapêutico diminuído ou ausente poderá acarretar riscos aos pacientes, com gravidade maior ou menor dependendo da patologia que está acometido. Os riscos também estão presentes nos problemas de efeitos colaterais provocados pela presença dos produtos de decomposição na forma farmacêutica sem conservação adequada.
Transporte obrigatório
O fluxo desses medicamentos fornecidos pelo SUS geralmente se dá da seguinte forma: é liberado do Laboratório e/ou do Ministério da Saúde para os Almoxarifados Estaduais. Após são encaminhados para chamados Centro de Custos Regionais e/ou Municipais para, aí sim, serem disponibilizados aos pacientes.
O transporte obrigatoriamente é feito em caixas térmicas com gelo artificial reutilizável e o armazenamento nesses Centros de Custos e nas Secretarias Municipais se dá através de refrigeradores. Na grande maioria das vezes domésticos e a temperatura sendo monitorada e registrada de forma manual com termo higrômetros. A responsabilidade pelo cuidado com a conservação em loco e das orientações aos pacientes na dispensação é dos profissionais em que lá atuam. Apesar de todos os cuidados a serem tomados e as orientações de Boas Práticas seguidos, infelizmente falhas humanas podem ocorrer e informações importantes podem ser omitidas. Portanto, é de grande valia um sistema de controle e registro transparente com ajuda da tecnologia atualmente disponível no mercado para esse fim.
Custo Elevado
Dado ao elevado custo dessas medicações e a crescente procura por esses tipos de tratamento, o cuidado no armazenamento e conservação é fundamental e obrigatório. Para evitar desperdício de recursos públicos e assegurar um tratamento adequado e eficaz ao paciente.
Sobre a autora:
Angaci Merisio é Farmacêutica da Secretaria de Estado da Saúde SC – Responsável pelo Centro de Custo do CEAF Regional de Chapecó. Pós Graduada em Gestão de Assistência Farmacêutica pela Unochapecó. Sempre em busca da disseminação de boas práticas e informações para melhorar e garantir os cuidados com medicamentos e os recursos
do nosso país.
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