A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DE TEMPERATURA EM BANCOS DE SANGUE

Entenda as razões que fazem do controle de temperatura em bancos de sangue, uma tarefa tão importante para garantir a qualidade e a segurança do sangue e seus componentes.

O sangue, seus derivados e componentes são elementos sensíveis a variações térmicas. Por essa razão, o uso de equipamentos como geladeiras, freezers e agitadores de plaquetas são fundamentais. Afinal, são eles os responsáveis por armazenar os componentes sanguíneos e mantê-los na temperatura ideal.

Porém, não basta apenas armazenar o sangue nesses equipamentos. Profissionais da área confirmam que hoje é impossível trabalhar com a cadeia de frios, sem realizar o controle de temperatura contínuo em bancos de sangue por meio do sensoriamento remoto. E é sobre a importância desse monitoramento que vamos falar na sequência.

Ciclo do sangue

Antes de mostrar a importância do controle de temperatura em bancos de sangue, primeiro é preciso falar sobre todo o trajeto que o sangue faz, desde a coleta, até a transfusão. Chamamos esse percurso de “Ciclo do sangue”. Ele é composto por mais de 10 etapas, que nós vamos dividir em 3 categorias: candidato à doação, laboratório e paciente.

Candidato à doação

Nessa categoria, estão todos os processos percorridos até a coleta do sangue.

  • Captação;
  • Registro;
  • Pré-triagem;
  • Triagem clínico-epidemiológica;
  • Coleta do doador de sangue.

Laboratório

A seguir estão os processos realizados a partir da coleta do sangue, até sua distribuição.

  • Triagem laboratorial (testes realizados nas amostras de sangue dos doadores, como imunohemato, sorologia e biologia molecular);
  • Processamento;
  • Armazenamento;
  • Distribuição e transporte.

Paciente

Por fim, estão relacionados abaixo, os procedimentos realizados a partir da transfusão do sangue no paciente.

  • Procedimentos transfusionais, a transfusão do sangue, propriamente dita;
  • Procedimentos de hemovigilância, ou seja, o conjunto de ações para vigilância de todo o ciclo do sangue, com o objetivo de obter informações.

O controle de temperatura em bancos de sangue é fundamental em todas as etapas desse ciclo. Mas, podemos dizer que existem algumas que demandam maior atenção. São elas:

  • Armazenamento;
  • Distribuição;

Mas porque esse cuidado com a temperatura é tão importante? Você vai descobrir na sequência.

Importância do controle de temperatura de sangue

A garantia da qualidade e segurança do sangue são as duas grandes razões que fazem do controle de temperatura em bancos de sangue um tema tão importante. Isso ocorre devido ao fato de que o sangue é perecível. Afinal, ele é um caldo de cultura e como a temperatura diminui o risco de proliferação de bactérias, qualquer desvio dos níveis ideais pode prejudicar suas propriedades.

A temperatura recomendada pelo Ministério da Saúde para armazenamento do sangue total, das células vermelhas, do concentrado de hemácias ou do concentrado de hemácias lavadas deve ser estabilizada entre 2ºC a 6ºC. Níveis abaixo disso podem prejudicar a estrutura das células e níveis acima disso aumentam os riscos de contaminações.

Existem também recomendações específicas de temperatura para o plasma fresco, o criopreciptado e as plaquetas. Você pode conferir todas elas neste texto. Mas, de qualquer forma, o fato é que as consequências da falta de controle de temperatura em bancos de sangue podem ser extremamente perigosas e nós vamos mostrar três delas a seguir.

Falta de controle

Vamos dizer que uma instituição realize o controle de temperatura em bancos de sangue uma vez ao dia ou até mesmo a cada quatro horas. Mesmo que a temperatura registrada no momento da análise seja a ideal, o que garante que ela foi mantida nesse mesmo patamar durante todo o período?

Agora vamos além: imagine que durante a noite, o banco de sangue ficou sem luz e o gerador não entrou em ação. Mas pela manhã, a energia foi restabelecida. Em uma situação como essa, um freezer a -80ºC pode chegar a 5ºC positivos. Mas sem um sistema de monitoramento contínuo da temperatura, ninguém terá a informação de que ocorreu uma mudança drástica de temperatura.

Problemas como esses, diminuem o nível de controle sobre todo o sangue armazenado no banco. E, consequentemente, a segurança e a qualidade são prejudicados.

Prejuízos financeiros

Você sabia que cada bolsa de sangue agrega entre US$150 e US$200 dólares para ser formada? Agora imagine que o estoque do banco de sangue possui 200 bolsas. Se o controle de temperatura não for feito de maneira adequada, ele pode levar a um prejuízo imenso. Pois, se o descarte por desvio de temperatura for necessário, isso significa uma perda de R$147.478,00 a R$196.624,00.

Risco de transmissão de doenças

Essa é, sem dúvidas, a consequência mais perigosa da falta do controle de temperatura em bancos de sangue. Afinal, ela pode ser fatal para o paciente.

O risco de transmissão de doenças hoje, através do sangue, por questão sorológica é de 1 para 600 mil. Já os riscos de causar dano ao paciente por desvio de qualidade do produto, devido à temperatura inadequada de armazenamento e transporte, é de 1 para milhares.

Para se ter uma ideia, a proliferação bacteriana e o choque séptico que um concentrado de hemácia que sofreu desvio de temperatura pode causar em um paciente é muito pior do que a transmissibilidade de HIV ou hepatite C. Afinal, enquanto o HIV e a hepatite C são quase sempre manuseáveis, uma contaminação bacteriana causada pela falha do controle de temperatura possui uma gravidade muito maior. Ela pode, inclusive, ser fatal.

Prova disso são os dados que mostram que:

  • Nos EUA hoje, o risco de uma pessoa pegar HIV através de uma transfusão sanguínea é de 1 para 6 milhões.
  • Em compensação, a mortalidade por transfusão de plaquetas contaminadas por bactérias no Reino Unido é de 1 para 20 mil.

Por essas razões, reforçamos a importância do controle de temperatura em bancos de sangue de forma contínua durante todo o ciclo do sangue. Afinal, essa é a única forma de garantir a total preservação da qualidade do sangue e a segurança dos pacientes.

A Sensorweb é especializada em tecnologia e projetos de IoT para medição automatizada de temperatura e umidade para a área da saúde. Ambientes como bancos de sangue e hemocentros necessitam ter um cuidado com o armazenamento e conservação do sangue e seus derivados, já que estes são materiais sensíveis a variações térmicas e de grande importância para as pessoas envolvidas nos processos de transfusão. A Sensorweb monitora hemorredes dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Sergipe e outras unidades transfusionais.

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