4 perdas que poderiam ser evitadas com um monitoramento contínuo da temperatura.
Existem produtos que são sensíveis a variações de temperatura: medicamentos e produtos alimentícios são bons exemplos. Essas duas áreas, por constituírem dois pilares fundamentais para a saúde do ser humano, possuem normas rígidas quanto ao controle de temperatura, entre elas o tempo limite de exposição e situações adversas.
Acontece que nem sempre as coisas saem como o esperado. Por vezes, é necessário se desfazer ou interromper a produção ou estoque desses produtos, causando prejuízos para toda a população. Por isso, preparamos esse post com quatro perdas inestimáveis somente neste começo de ano e que poderiam ser evitadas se fossem adotadas técnicas de controle e monitoramento da cadeia de frio.
Fábrica Interditada
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) interditou parte das instalações de uma das principais fabricantes de medicamentos do país. O motivo foi a constatação de que o almoxarifado da instituição se encontrava a 46ºC, quando o regulamentado e permitido está na casa dos 15°C a 28°C. Como resultado, a produção de medicamentos foi interrompida e todo o estoque sensível à temperatura foi enviado para análise. Confira a reportagem oficial sobre o assunto clicando aqui.
Sabe-se que temperaturas elevadas podem alterar a eficácia dos medicamentos. Nos casos mais graves, o produto passa a ser prejudicial a saúde.
Como poderia ter sido evitado
Fica claro que, no caso dessa fabricante, a adoção de um sistema de monitoramento contínuo da cadeia de frio era necessário. Assim os responsáveis seriam alertados caso a temperatura viesse a variar de forma a sair dos níveis aceitáveis, evitaria o problema identificado pela vigilância. Uma solução simples e com custo infinitamente inferior comparado ao prejuízo que tiveram ao interromper sua produção e comercialização.
Posto de Saúde de Campinas
Um posto de saúde localizado no bairro Jardim Lisa, em Campinas (SP), ficou sem vacinas em janeiro. O desabastecimento ocorreu devido à queda de energia provocada por uma forte chuva que atingiu a cidade. A falta de energia prejudicou o funcionamento das geladeiras que armazenavam as vacinas.
Por serem sensíveis à variação de temperatura, cerca de 800 doses de vários tipos de vacinas foram enviadas para quarentena e análise. Esta por sua vez, se encarregou de separar as vacinas potencialmente comprometidas das que ainda poderiam ser utilizadas. A notícia publicada pode ser conferida clicando aqui.
Esse problema, que ocorre frequentemente em nossa rede pública de saúde, mas poucos casos a exemplo deste são relatados. Ele traz prejuízos para os cofres públicos e para a população de forma direta, que neste caso ficou sem poder ser atendida em boa parte do mês de janeiro.
Como poderia ter sido evitado
Se o posto de saúde contasse com um sistema de monitoramento da cadeia de frio, poderia ter identificado a fragilidade da sua câmara fria e adotado procedimentos de emergência ou contingência para garantir a integridade de suas vacinas, como por exemplo transportar as vacinas para outro equipamento de refrigeração mais próximo.
Carne apreendida na BR-280
Cerca de 180 kg de carne bovina foram apreendidos pela vigilância sanitária na BR-280. A carne era de um açougue de Santa Cataria e tinha como destino um mercado na cidade de Rio Negrinho. A apreensão se deu pela constatação de que a carne era armazenada em ambiente com temperatura acima dos níveis aceitáveis para esse tipo de produto. Embora houvesse isolamento térmico, o veículo não contava com sistema de refrigeração adequado. A carne foi apreendida e inutilizada, o motorista do caminhão foi autuado e ainda recebeu multa por má conservação do veículo. Confira a íntegra da notícia clicando aqui.
Como poderia ter sido evitado
O maior mal que acomete o ser humano é a falta de informação. Se esse comerciante soubesse que mesmo com um baixo orçamento, é possível gerenciar uma cadeia de frio veicular de forma eficiente e certificada, muito provavelmente não teria sua carga apreendida e tão menos seria autuado pela vigilância sanitária.
Toneladas de carne são apreendidas em Minas Gerais
Cerca de três toneladas de carne foram apreendidas após operação conjunta entre Procon, Ministério Público e Vigilância Sanitária. A ação teve como alvo supermercados e açougues de Uberlândia. Dois grandes supermercados estavam na lista dos estabelecimentos que mantinham a carne armazenada de forma irregular e com temperaturas acima dos níveis permitidos. Em nota, os dois estabelecimentos afirmam que medidas corretivas já foram aplicadas e que ambos trabalham para proporcionar sempre produtos de alta qualidade a seus clientes. Você encontra a notícia completa aqui.
Como poderia ter sido evitado
Como já relatamos anteriormente, no artigo Transporte Frigorífico, Alimentos Congelados e a Cadeia do Frio, a negligência com a conservação de alimentos congelados e resfriados infelizmente é grande em nosso país, em todos os portes de estabelecimentos, como fica claro nesta apreensão realizada em Minas Gerais. Embora essa perda não seja consideravelmente alta para essas duas redes de supermercados, é lamentável que tanta carne precise ser inutilizada e enviada a aterros sanitários.
Se você possui alguma dúvida sobre a importância da cadeia de frio, pode ler também o artigo CADEIA DO FRIO E SUA IMPORTÂNCIA PARA OS ALIMENTOS, disponibilizado em nosso site.
Conclusão
Como vimos, em todos os casos o monitoramento contínuo seria a solução ideal para evitar as perdas que ocorreram, sendo capaz de prover controle, identificar pontos frágeis e melhorar a logística para garantir a integridade dos produtos. É muito provável que o valor do investimento seria menor do que os prejuízos obtidos em todas as situações noticiadas.
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